quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

ASTROLOGIA CLÁSSICA

Ao se deparar com a expressão "Astrologia Clássica" , o estudante médio tenderá hoje a pensar na Astrologia comum confrontada com abordagens modernas consagradas, como a empreendida por Dane Rudhyar, que teve um mérito especial de interpretar o uso astrológico dos "novos planetas" Urano, Netuno e Plutão (este último descoberto em 1930), ou mesmo por certas visões esotéricas como as reveladas pelos teosofistas (incluindo Alan Leo e Alice Bailey).
Aqui, trataremos de investigar o classicismo no sentido CONVENCIONAL do termo, buscando portanto, os cânones astrológicos gregos e romanos. A menção às fontes modernas, sejam elas quais forem, será meramente acidental, empregando-as sobretudo, para definir as diferenças com o verdadeiro espírito clássico.

A ASTROLOGIA DA CIVILIZAÇÃO PISCIANA

A história da Astrologia recente possui um grande inspirador: CLAUDIUS PTOLOMEU, um sábio alexandrino que viveu no século II D.C. e que codificou os conhecimentos celestes dos caldeus, dos egípcios e dos gregos em sua obra TETRABIBLOS. Sua obra foi traduzida na Renascença e passou a influenciar poderosamente as teorias astrológicas e até a astronomia, tal como na relação entre deuses e planetas por ele estabelecida e que, ao considerar os planetas conhecidos, apresentava bases científicas. Uma das principais teorias que estabeleceu, reside na crença"determinista" dos efeitos positivos dos planetas sobre a humanidade, inclusive ao nível físico.
Considerado "o primeiro cientista celeste", este grande estudioso do universo catalogou mais de mil estrelas, trezentas delas pela primeira vez. Suas descrições dos corpos celestes, formas, órbitas e influências são tidas como de maior importância no desenvolvimento das teorias, tanto da astronomia como da astrologia. Não obstante, ainda colocava a Terra no centro do universo; razão pela qual o universo descrito por Ptolomeu não é o mesmo que um cientista descreveria hoje. Na verdade, desde sua época a própria astrologia seguiu se desenvolvendo, inclusive sobre conhecimentos advindos de outras latitudes, com destaque para a Astrologia Árabe.
Grécia e Roma conheceram certa popularização da Astrologia. Os romanos adotaram amplamente a cultura grega e alguma coisa da persa, mas na verdade havia muita coisa original, advinda dos etruscos e mesmo de outras fontes. Os gregos por sua vez foram influenciados pelos dórios, trácios e egípcios.
Já nossa civilização adotou profundamente os costumes romanos, com destaque para o direito canônico e civil. A Igreja, em especial, recuperou as instituições de Roma após a queda do Império, "minado" precisamente pelo cristianismo e derrubado pelas invasões bárbaras. Vestuário, leis, arquitetura e até a língua romana foram incorporadas pela Igreja Católica. O cristianismo não se contentou em dominar a Palestina: incorporou o centro do império mundial e a partir dele estendeu seu próprio manto sobre a Terra.

OS DEUSES OLÍMPICOS E O CLASSICISMO ASTROLÓGICO

A Grécia e, por extensão Roma, receberam assim fortes influências da Antiguidade, do Egito à Pérsia. Por se achar inserida numa mitologia muito mais ampla, a verdadeira astrologia clássica possuía feições muito distintas daquela codificada por Ptolomeu, cujos propósitos estavam limitados a astrologia em si, e ainda vista sob certa ótica.  Não é preciso dizer que os deuses gregos e romanos eram quase inumeráveis: tudo entre eles era divinizado. Diz-se que os hindus possuem 3.000 deuses, mas nossos antepassados ocidentais não eram muito diferentes.
No entanto, os deuses astrológicos recebiam destaque especial, e para representar isto eram descritos como vivendo no Monte Olimpo. Muitos outros deuses eram apenas aspectos deles, podendo-se mesmo dizer que cada um dos 12 deuses tinha 30 aspectos secundários, para ilustrar os graus de cada signo.
Como demonstra René Ménard em Mitologia Greco-Romana (Ed. Fittipaldi, 1985 - SP) encontram-se no Museu do Louvre uma das peças mais reveladoras sobre a natureza da astrologia clássica, o chamado "ALTAR DOS DOZE DEUSES". (detalhamento na próxima matéria do blog)

Fonte: Incanus

Nenhum comentário:

Postar um comentário