quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

INTRODUÇÃO HISTÓRICA À ASTROLOGIA HINDU

Para se ter uma idéia das influências que a Astrologia sofreu na Índia, é preciso voltarmos no tempo e considerarmos as influências culturais e raciais envolvidas.
Desde 3.250 AC. a Índia foi habitada por uma civilização misteriosa denominada Dravidianos (negros) que se aproximaram racialmente e culturalmente dos Sumerianos. Atingiram o apogeu entre 2.800 a 2.500 AC, e os locais mais importantes foram Harapa e Moenjo Daro no Vale dos Hindus. Praticamente não sabemos nada sobre seus conhecimentos, sua Astronomia e sua Astrologia.

Aproximadamente em 1.500 AC. essas regiões foram invadidas por uma raça branca e loira denominada Árias (que significa loiros). Na verdade, esses povos são conhecidos como Indo-Europeus e levaram a cultura européias daquela época para a Índia. Essa invasão iniciou-se no Punjab e no Alto Ganges. A população local fugiu para os planaltos de Dekan.
Surge então a cultura dos Vedas (1.299/800 AC.), seguindo-se à dos Brâmanes, que criaram as castas e reformas culturais (800/600 AC.) e por fim os Upanishadas (600/300 AC.). Em 500 AC. houve uma grande dissenção: surje o Janaísmo criado por Mahavira e o Budismo criado por Sidarta Gautama - o Buda.
Foi nesse período que a Índia conheceu também influências importantes como a civilização Medo-Persa (606/330 AC.), formada por povos Indo-Europeus. 
Dario, o Grande (521/485 AC.), sucessor de Cambises, estendeu esse Império desde a Índia até a Trácia. Com isso, os persas efetuaram a fusão de toda a civilização do Vale dos Indus ao Egeu e incorporaram o Zoroatrismo ou Masdeismo.

Historicamente o primeiro reinado ariano foi Magadh que durante o reinado de Bimbisara (542/490 AC.) ouviu os ensinamentos do Jainismo e do Budismo por seus próprios fundadores.

Entre 327 e 325 AC. Alexandre, o  Grande, invadiu Gandhana pelo noroeste, mas seus exércitos foram dominados por Chandragupta que fundou o Império Mauria. Alexandre trouxe da Europa conhecimentos místicos, religiosos e iniciatícos importante que lembram rituais maçônicos.

O Imperador Açoca (263/232 AC.) unificou a Índia e estabeleceu o Budismo como religião oficial. Parte de todo esse conhecimento iria influenciar o reino do Tibete anos depois. 
Daí para frente temos a história da Índia propriamente dita.

Pode-se resumir a influência religiosa da Índia da seguinte forma:
- VEDANISMO - o saber mais pelo que se ouve do que se vê. A salvação é obtida pela Obra, principalmente o sacrifício. (1.500 AC.)
- HINDUÍSMO: BRAMANISMO - (séc. VII AC.), onde a salvação é obtida pelo conhecimento.
(No séc. VI surgem mais duas)
- JAINISMO - onde a salvação é obtida pela  fé e pelo amor   e
- BUDISMO - onde a salvação vem pelo reto pensar/agir.

As grandes contribuições culturais foram:
- VEDAS - Os livros sagrados dos Vedas - antiquíssimo de origem. Falam do épico da criação do Universo e da origem do Karma da humanidade.
- RIG VEDA - Hinário com 1.028 hinos datado de 1.500 AC. Acreditava no Deus da Força Bruta - INDRA, que se opunha a VARUNA semelhante ao Deus Grego Urano, aproximando-se muito dos ritos de MINTRA. Cultuavam deuses de sacrifício e AGNI, o Deus do Fogo.

NA ASTROLOGIA, Stephen Arroyo  em seu famoso livro "Astrologia Karma e Transformação (publicações Europa América - 1978 - pg. 320, cap.: "Conceitos de astrologia nas interpretações de de Edgar Cayce": "Visitei pessoalmente a bibliotexa Cayce (na sede da Associação para a Pesquisa e Iluminação, em Virginia Beach) para estudar em primeira mão as interpretações originais, (...) Ao final de bastante tempo e depois de considerável esforço, descobri que apenas podia usar algumas das informações de Cayce na minha prática em que outras idéias eram totalmente incompreensíveis para mim ou obviamente baseadas num antigo sistema da Astrologia persa ou egípcia, que já não existe em qualquer forma acessível. No entanto, como está demonstrada a correção das informações de Cayce em milhares de interpretações psíquicas sobre outros assuntos, creio que devemos presumir que a sua informação astrológica era corretíssima, embora nosso nível de compreensão nos impeça de abranger a (....). Em primeiro lugar, devo dizer que todas as interpretações de Cayce se inseriam no âmbito da reencarnação, do karma e das potencialidades individuais de desenvolvimento espiritual e de obtenção de uma elevada consciência psicológica (...).

Tudo poderia continuar assim, num grande segredo, até que um pesquisador de Cayce e astrólogo insistiu em investigar mais.
Esse homem chama-se Ry Redd (in memoriam) e escreveu um livro importantíssimo chamado "Toward A new Astrology - The Approach of Edgar Cayce", onde ele retoma a pesquisa e chega as seguintes conclusões:
1. O sistema de casas que se aproxima melhor das leitura de Cayce é o sistema de Porphirius;
2. O melhor sistema é o Sideral (para a parte superior ou anímica)
3. Cayce dava grande importância para as forças planetárias. Portanto o melhor sistema de interpretação astrológica seria o INDIANO, principalmente o chamado STHANABALA - a força de planetas nos signos e casas no Mapa Natal.
Esse cálculo permite então saber quais planetas demoramos mais em estudo, aprimoramento e preparação para uma nova vida durante a intermissão (períodos entre vidas físicas). Esses locais são chamados de Estadas Celestiais .

Outros deuses dos Vedas evidenciam a influência de uma cultura estrangeira: VATA (Wotan  dos escandinavos); DIAUS PITAR (Zeus dos Gregos); Surya (Hélio dos Gregos), etc.
Os Brâmanes introduziram a parte mais importante das crenças clássicas dos Indus. Foram eles que introduziram o sistema de castas:

- Castas Arianas:       BRÂMANES - sacerdotes;
                                 KSHATRIAS - príncipes e guerreiros
                                 VAÍCIAS - criadores e agricultores
- Castas não Arianas: CUDRAS - homens de cor/artífices, trabalhadores e escravos.
                                 PÁRIAS - intocáveis

O Bramanismo é codificado pelos Brâmanes e pelos Upanishadas(comunicações confidenciais). Estão firmemente baseados no conceito da Trindade Divina - TRIMURTI: Brahma, Shiva e Vishnu.
Sua grande contribuição foi a introdução da idéia da sobrevivência e retorno da alma através das leis cósmicas divinas: As Leis do SÂMSARA, estas por sua vez incluem a Lei do Carma e do Dharma - pilares do saber dos hindus, seguindo do conceito de MOKSHA - sacrifício, princípio fundamental de libertação baseado nas leis Sagradas dos Purunas (antiguidades) e as Leis de Manu - que expões as antigas lendas. Essas lendas são o MAHABHARATA - Séc. III AC. e derivado dessa lenda, o livro de maior beleza dos Brâmanes: o BHAGÂVAT GÎTA - O Canto dos Bem Aventurados. Outra lenda importante é o RAMAYANA. São histórias das encarnações do Deus Vishnu na terra: A epopéia de Rama e de Krishna. Essas histórias são baseadas em lendas antiquíssimas, que ao se acreditar em modernas pesquisas no sanscrito, seriam então o mais antigo e impressionante relato de um fantástico período em que os deuses viveram e guerrearam entre homens, numa época em que se podia voar da Índia, via Ceilão até a América Central em aviões chamados Vimahanas!

A importância de se estudar a Astrologia Indiana está na preservação dessas "jóias" do saber humano. As revelações Astrológicas do famoso sensitivo norte-americano Edgar Cayce foram um grande enigma para os estudiosos de Astrologia pois resistia às análises clássicas.

FONTE: Apostila do Curso de Astrologia Indiana e Cármica que fiz com o Prof. Ademar Eugênio de Melo.
REVERENCIO IN MEMORIAM ,meus dois Grandes mestres nesses estudos:  Ademar Eugenio de Melo e Ry Redd.
             

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